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Velório na Assembleia: Pernambuco se despede do ator José Pimentel

Se no Plenário da Assembleia Legislativa a morte do ator e dramaturgo José Pimentel foi marcada, nesta terça (14), por um minuto de silêncio, no Museu Palácio Joaquim Nabuco, onde o corpo foi velado, o artista recebeu homenagens do público presente com uma intensa salva de palmas. Amigos, familiares e admiradores de Pimentel, que por 40 anos interpretou Jesus em espetáculos da Paixão de Cristo montados no Estado, destacaram uma vida dedicada às artes cênicas e o legado deixado por ele para a cultura de Pernambuco. O ator faleceu na manhã desta terça, aos 84 anos. A morte foi provocada por um câncer de pâncreas descoberto após a internação em decorrência de um enfisema pulmonar. Ele deixa esposa, uma filha, uma neta e um bisneto. Às 8h desta quarta, o corpo será levado em um carro do Corpo de Bombeiros para o Cemitério de Santo Amaro. No local será realizada uma missa, e o sepultamento está previsto para as 10h. Atendendo a um pedido feito por ele antes de falecer, o corpo foi velado com a vestimenta utilizada na interpretação de Jesus Cristo. De acordo com a filha, Lilian Pimentel, o ator pediu, ainda, que seu legado seja transmitido, com a continuidade da Paixão de Cristo do Recife e a criação de um teatro com o nome dele onde sejam oferecidos cursos gratuitos para a população. “O maior presente da minha vida foi ter um pai como ele. Ele deixa muita coisa não só para a família, mas para a cultura. O ‘Pernambuco das Paixões’ existe por sua causa. Tudo o que ele quis foi sempre para o povo. É um exemplo a ser seguido”, declarou. A atriz e secretária de Cultura do Recife, Leda Alves, exaltou o talento e a dedicação de Pimentel. “Ele foi diretor, fotógrafo, encenador, técnico de luz e som. Dominava a linguagem cênica. Agradeço a ele pelos grandes serviços que prestou até o fim”, disse. “Pimentel foi um mestre do teatro, patrimônio vivo, e formou gerações no Estado. Vai ficar para sempre na memória do povo pernambucano”, emendou a presidente da Fundação do Patrimônio Histórico e Artístico de Pernambuco (Fundarpe), Márcia Souto. Em nota de pesar, o governador Paulo Câmara declarou que “Pernambuco perde um dos seus maiores artistas, um verdadeiro ícone do nosso Estado, dono de uma enorme capacidade de trabalho, de entusiasmo e de paixão por tudo a que se dedicava”. Para o ator Renato Phaelante, que trabalhou com José Pimentel em montagens da Paixão de Cristo em Nova Jerusalém e no Recife, os 50 anos de convivência foram marcados por muito aprendizado: “Ele era uma pessoa pura de coração, um guerreiro que não se sentia vencido nunca”. Hemerson Moura, que o substituiu no papel de Jesus pela primeira vez no espetáculo do Recife, este ano, sentiu-se privilegiado por ter sido escolhido pelo próprio artista como sucessor. “Ele me ensinou a acreditar sempre e a trabalhar com honestidade e respeito”, expressou. O professor Fábio Soares Cardoso ressaltou, no velório, sua admiração pelo ator. “Sempre apoiei seu trabalho. Era uma pessoa que fazia teatro na rua, para o povo”, sublinhou. Minuto de Silêncio – À tarde, durante a Reunião Plenária, os deputados fizeram um minuto de silêncio em homenagem ao artista, a partir de solicitação da deputada Priscila Krause (DEM),  e lembraram a sua trajetória. Priscila foi à tribuna ressaltar a história profissional e pessoal do ator pernambucano. A parlamentar, que ainda jovem conviveu com Pimentel e contou ter sido figurante em uma das cenas da Paixão de Cristo, emocionou-se ao discursar. “Foi uma daquelas pessoas que não deveriam ir nunca”, afirmou. “Tive a sorte de poder ser eu a indicá-lo para tornar-se Patrimônio Vivo de Pernambuco, em 2017. Naquela oportunidade, esta Casa pôde prestar o reconhecimento a uma vida inteira dedicada à arte e à construção da cidadania por meio da cultura”, lembrou. Em apartes ao pronunciamento da democrata, Bispo Ossesio Silva (PRB), Odacy Amorim (PT), Romário Dias (PSD) e Tony Gel (MDB) também fizeram homenagens. “Ninguém no Brasil seria capaz de contar melhor a história de Jesus, o maior homem que já veio à Terra”, pontuou Tony Gel. “A obra de José Pimentel, ao retratar alguém tão importante, deixa um profundo legado nos nossos corações”, comentou Ossesio Silva. Trajetória – Nascido em Garanhuns, em 11 de agosto de 1935, José Pimentel considerava, apesar de algumas experiências anteriores, ter estreado nos palcos em 1956, como Pôncio Pilatos, na peça Drama da Paixão, do Grupo Dramático Paroquial, no Recife. A partir daí, passou a fazer parte de persas montagens até entrar para o Teatro Adolescente do Recife, onde reencontrou Ariano Suassuna para a primeira montagem de “A Compadecida”, no mesmo ano. A peça se consagrou no Rio de Janeiro, onde foi premiada como melhor espetáculo no I Festival de Amadores Nacionais, em 1957. Na Paixão de Cristo de Nova Jerusalém, integrou o elenco anualmente, assumindo personagens cada vez maiores. Também refez o texto da peça e assumiu a direção do espetáculo até que, em 1978, passou a interpretar o papel principal. Até 2017, foram 39 anos ininterruptos interpretando Jesus Cristo, 21 deles no Recife, onde o artista começou a montar o espetáculo a partir de 1996. No dia 13 de julho de 2017, o ator, que também era jornalista e foi professor da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), foi eleito Patrimônio Vivo de Pernambuco pelo Conselho Estadual de Preservação do Patrimônio Cultural. Antes de ser internado, Pimentel estava trabalhando em Serra Talhada, no Sertão, na direção do espetáculo O Massacre de Angico – A Morte de Lampião.
14/08/2018 (00:00)
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