Câmara aprova novas regras para emendas parlamentares
A Câmara dos Deputados aprovou o projeto que estabelece novas regras para as emendas parlamentares, atendendo determinação do STF - Supremo Tribunal Federal. As emendas são recursos do orçamento que deputados e senadores repassam para seus redutos eleitorais. Para 2024, o Congresso reservou R$ 52 bilhões para as emendas. Mas, desde agosto, o pagamento está suspenso por determinação do ministro Flávio Dino, do STF - Supremo Tribunal Federal. A decisão teve o aval dos demais ministros e exigiu que o Congresso Nacional aprovasse regras claras de transparência sobre quem é o responsável pelo envio do dinheiro, onde e de que forma ele será usado. As emendas de bancada, que reúnem parlamentares de um mesmo estado, precisarão obrigatoriamente de aval coletivo e só devem financiar grandes obras públicas. No caso das emendas de comissão, como a do Trabalho ou da Educação, os líderes dos partidos serão os responsáveis pelo envio do dinheiro. O parlamentar que fez a indicação continuará sem ser identificado. 1 de 1
Câmara aprova novas regras para emendas parlamentares — Foto: Jornal Nacional/ Reprodução "Estabeleceu-se uma estrutura clara e organizada para disciplinar as emendas parlamentares, com diretrizes específicas para as diferentes autorias: emendas de bancada, inpiduais e de comissão”. O deputado Sidney Leite, do PSD, considera que, nas emendas de comissão, ainda falta transparência: "Nas emendas de comissão, atingir realmente o que interessa, que é garantir a transparência de quem está destinando recurso. Aí, sim, nós vamos garantir a transparência do que é solicitado, não pelo Supremo, mas pela sociedade brasileira”. Entidades afirmaram que o projeto ainda não cumpre as exigências do STF de dar mais transparência às emendas. "Não há clareza sobre o nível de detalhamento que vai ser exigido que seja possível identificar quais são os objetos, ou seja, para onde esses recursos estão indo, e não existem mecanismos de mitigação dos riscos de corrupção e conflito de interesse. A proposta aprovada pela Câmara dos Deputados não endereça esses riscos, e mantém graves lacunas no processo de formulação e de execução das emendas parlamentares", afirma Guilherme France, gerente da Transparência Internacional/Brasil. O projeto segue agora para o Senado. Se aprovadas, as novas regras vão valer para 2025. O Supremo só deve liberar o pagamento das emendas de 2024 se concluir que as exigências foram atendidas. Emendas: projeto aprovado na Câmara não atende a exigências do STF e pode ampliar corrupção, dizem entidadesNovo projeto para tentar disciplinar emendas parlamentares mantém escondido o padrinho das verbas; entenda