Juntas afirmam que pandemia evidencia desigualdade social do País
A pandemia do novo coronavírus no Brasil é mais do que uma tragédia, é um atentado aos segmentos mais frágeis da população. Foi o que avaliou a deputada Jô Cavalcanti, do mandato coletivo Juntas (PSOL), em discurso na Reunião Plenária desta quinta (4). Segundo ela, as maiores vítimas da pandemia são os trabalhadores temporários e sub-remunerados, os que vivem de atividades informais, os desempregados e os sem-teto. “A desigualdade de raça, de classe e de gênero são evidentes e precisamos denunciar essa discriminação”, frisou.
Além de viverem em situação precária, os vulneráveis dependem dos Sistema Único de Saúde (SUS), que, na última década, vem sendo sucateado, conforme afirmou a parlamentar. “São cerca de 70% dos brasileiros, sendo a maioria da raça negra. E esse recorte racial não está fazendo parte dos boletins pulgados pelos órgãos de saúde”, alertou. O número de negros afetados pela pandemia em Pernambuco foi solicitado pelo PSOL, mas, até agora, a Secretaria de Saúde não revelou esses dados. “Exigimos que essa estatística seja de conhecimento público”, cobrou.
Jô Cavalcanti também lamentou a situação dos trabalhadores informais, que passarão ainda muito tempo sem poder atuar e continuam sem receber auxílio do Governo Estadual. “Os itens das cestas básicas são insuficientes para as famílias. Faço um apelo para que o Poder Executivo adote um programa de renda básica para a categoria.”