InspirAÇÕES: com os pés no chão e os olhos nas estrelas, servidor concilia amor pelo Direito e astronomia
30 anos de dedicação à Corte.
O escrevente técnico judiciário Carlos Eduardo Aparecido Mendonça sempre teve os olhos voltados para o céu. Desde pequeno, com pouco mais de seis anos, se impressionava com a luz das estrelas. “Havia um pequeno espaço entre a minha casa e as demais, onde conseguia observar o céu noturno. Era um momento só meu”, relembra.
E foi assim, buscando refúgio nos astros, que o garoto enfrentou fases difíceis da infância, como a dificuldade de aprendizagem, alfabetização lenta e bullying dos colegas. “Eu tinha que encontrar jeitos alternativos para aprender. Descobri isso assistindo aos programas O Mundo de Beakman e Olho Vivo, na TV Cultura, e lendo revistas como Superinteressante”, conta. E foi assim, se dedicando a diferentes formas de aprendizado, que Carlos Eduardo se formou no ensino médio.
Antes disso, aos 15 anos, ingressou no TJSP como menor colaborador eventual, dando início a uma trajetória de 30 anos dedicados exclusivamente à Comarca de Diadema. A proximidade com o mundo jurídico despertou nele o interesse em cursar Direito, sonho que foi realizado mais de dez anos depois, aos 26 anos, quando conseguiu ter condições financeiras para arcar com as mensalidades. “Foi mais uma conquista. O tempo que passei observando colegas de trabalho, juízes, promotores e as partes contribuíram de uma forma incrível para minha formação”, recorda.
A cada dificuldade da vida adulta, o servidor olhava para o céu e se lembrava do tamanho do mundo, com milhares de galáxias e objetos espaciais, descobrindo assim, como ter forças para superar os obstáculos. Nos últimos anos, Carlos Eduardo encontrou uma forma de conciliar o interesse pela astronomia com o trabalho do TJSP. Passou a fazer cursos e se aprofundar nas leituras sobre telescópios, foguetes, Direito Espacial e minissatélites, além de acompanhar notícias da área. “Foi nos estudos de astronomia, física e cosmologia que encontrei equilíbrio entre a rotina de trabalho e o bem-estar”, explica.
Agora, quer ir ainda mais longe: cursar uma faculdade de astronomia, aprofundando sua conexão com o cosmos. Por enquanto, ele segue olhando o céu todas as noites, quando volta do trabalho.